[Atualização: deixo aqui as notas esquemáticas da apresentação: em formato PDF ou ODT.]
Farei uma apresentação no “Seminário das Quartas”, organizado pelo Paulo Arantes. Será sobre o tema da minha pesquisa (bens comuns intelectuais e mercantilização); nesta quarta-feira, 30/3/11, na USP, prédio de Filosofia e Ciências Sociais, sala 103, às 19h30.
O seminário é aberto a todos. Segue abaixo um parágrafo sobre o tema, mais algumas indicações de textos:
A apresentação será sobre o tema da minha pesquisa de doutorado (que começou como mestrado, e recentemente virou doutorado direto): bens comuns intelectuais e mercantilização. Uma definição concisa possível para bens comuns é a seguinte: o compartilhamento de coisas por uma comunidade. Em minha pesquisa, parto de uma análise crítica da principal vertente de estudo sobre bens comuns, a neoinstitucional, que tem como figura chave Elinor Ostrom; e da aplicação da ideia de bens comuns a coisas imateriais (como bens culturais, software etc.). Discuto também de que maneira o conceito de bens comuns pode se opor à mercantilização, e como essa oposição pode ser mais ou menos significativa de acordo com a perspectiva teórica adotada. A parte final da pesquisa, que ainda está menos desenvolvida, é a análise dos “novos modelos de negócio” envolvendo bens imateriais que têm sido propostos recentemente (como a publicidade, o branding e a venda de serviços). Essa análise visa identificar até que ponto esses “novos modelos de negócio” podem implicar o surgimento da mercantilização no interior dos próprios bens comuns.
Seguem alguns textos que podem servir de subsídio para a apresentação. Tentei selecionar textos curtos que apresentem diferentes perspectivas sobre o tema — minhas desculpas antecipadas por alguns deles não serem em português.
- Resumo do meu projeto de pesquisa. (Para quem quiser mais detalhes sobre a minha pesquisa, há alguns textos aqui; os mais relevantes/atuais são a comunicação do congresso Esocite, e o relato do encontro “Futuro dos bens comuns”.)
- “Conclamação para a recuperação dos bens comuns”. Um manifesto produzido no Fórum Social Mundial de 2009; serve como exemplo da apropriação do conceito no movimento “altermundista”.
- OSTROM, Elinor et al. “Revisiting the Commons: Local Lessons, Global Challenges”. [anexo] Artigo publicado na Science, em 1999; serve como exemplo da abordagem neoinstitucional. (Em inglês.)
- LINEBAUGH, Peter. “Some Principles of the Commons”. Exemplo de uma abordagem do conceito por um historiador marxista — trata-se de um artigo introdutório dirigido a um público amplo, principalmente estadunidense. (Em inglês.)
- “Biens communs globales, biens communs de la connaissance et solidarité international”. [anexo] Este é uma apresentação minha, mas que infelizmente só tenho em francês (ainda não fiz uma tradução). Incluo aqui pois é um texto curto e recente, que reflete uma reavaliação que tenho feito da pesquisa.
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